Arthur
Schopenhauer garantia que o mundo não passava disto: vontade e representação...
Leio
os periódicos locais, e constato que João Ataíde teve vontade de contratar o
cançonetista Emanuel para este carnaval; pelos vistos, o pimba representa na perfeição
o carnaval da Figueira...
Pior:
João Ataíde luta pela vinda do turismo de qualidade para a cidade, enunciando,
até, o sonho de os navios de cruzeiro atracarem no porto da Figueira, e depois
contrata o pimba Emanuel para o grande carnaval... “O perfeito homem do mundo
seria aquele que jamais hesitasse por indecisão e nunca agisse por
precipitação”, escreveu Schopenhauer na obra Aforismos para a Sabedoria de Vida.
No
campo oposto, temos Emmanuel Kant, que via o mundo somente dirigido pela razão
pura.
No
entanto, o filósofo admitia a existência da razão prática, ligada à intuição e ao
sentimento; pois há uma realidade absoluta em todas as consciências deste
mundo: a noção moral, a nossa obrigação ética. Kant chamava-lhe o imperativo
categórico: a distinção definida do que está certo e errado.
Há
uns meses atrás, o Hospital da Figueira solicitou à Câmara Municipal apoio para
disciplinar o trânsito no parque de estacionamento do hospital; pelos vistos,
na época balnear, o parque é utilizado abusivamente pelos veraneantes e os
doentes não têm lugar para estacionar as viaturas.
A
autarquia, imbuída do imperativo categórico, “emprestou” 80 mil euros ao Hospital
da Figueira para que este instalasse um sistema de estacionamento pago. Repito:
uma Câmara, que “faliu” há meia dúzia de anos, emprestou 80 mil euros ao
governo central!
Realmente,
o imperativo categórico dá cabo da razão pura; resta-nos a vontade e a
representação deste mundo pimba...
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